Mostrar mensagens com a etiqueta Poesia. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Poesia. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

É Carnaval!

Ilustração de Magaly Ohika

A propósito de Carnaval, aqui fica o poema de Alexandre O'Neill:

Um Carnaval
      Vem ao baile vem ao baile
      Pelo braço ou pelo nariz
      Vem ao baile vem ao baile
      E vais ver como te ris

      [...]

     Vem ao baile das palavras
     Que se beijam desenlaçam
     Palavras que ficam passam
     Como a chuva nas vidraças


     Vem ao baile oh tens de vir
     E perder-te nos espelhos
     Há outros muito mais velhos
    Que ainda sabem sorrir

     [...]

     Vem ao baile vem ao baile
     Pelo chão ou pelo ar
     Vem ao baile vem baile
     E vais ver o que é bailar.
                                      No Reino da Dinamarca
BOM CARNAVAL!

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Mensagem de Ano Novo

A Biblioteca Escolar deseja a toda a comunidade um Novo Ano com muita Paz, Alegria, Êxitos e... Boas Leituras!


Fica aqui a sugestão de Carlos Drummond de Andrade:

"Receita de Ano Novo"

               Para você ganhar belíssimo Ano Novo
           cor do arco-íris, ou cor da sua paz,
           Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
           (mal vivido talvez ou sem sentido)
           para você ganhar um ano
           não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
           mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
           novo
           até no coração das coisas menos percebidas
           (a começar pelo seu interior)
           novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
           mas com ele se come, se passeia,
           se ama, se compreende, se trabalha,
           você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
           não precisa expedir nem receber mensagens
           (planta recebe mensagens?
           passa telegramas?)
           Não precisa
           fazer lista de boas intenções
           para arquivá-las na gaveta.
           Não precisa chorar arrependido
           pelas besteiras consumidas
           nem parvamente acreditar
           que por decreto de esperança
           a partir de janeiro as coisas mudem
           e seja tudo claridade, recompensa,
           justiça entre os homens e as nações,
           liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
           direitos respeitados, começando
           pelo direito augusto de viver.
           Para ganhar um Ano Novo
           que mereça este nome,
           você, meu caro, tem de merecê-lo,
           tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
           mas tente, experimente, consciente.
           É dentro de você que o Ano Novo
           cochila e espera desde sempre.